Alunos da Católica criam Clube "Liberdade" para promover o livro e incentivar os jovens à leitura

Projeto é apoiado pelo programa do governo 'Clubes de Leitura do Ensino Superior' no âmbito do Plano Nacional de Leitura 2027.

É com o objetivo de promover o livro e incentivar à leitura que a Universidade Católica Portuguesa- Centro Regional de Braga (UCP-Braga) acaba de lançar o Clube de Leitura 'Liberdade'. O porjeto é apoiado pela inciativa governamental intitulada  'Clubes de Lietura do Ensino Superior', no âmbito do 'Plano Nacional de Leitura 2027' e foi lançado no passado dia 30 de Outubro com uma tertúlia, onde os convidados falaram da importância da leitura para o conhecimento e desenvolvimento humano, deixando várias sugestões de obras para os leitores. 

A partir do desafio do governo, um núcleo de alunos, com representantes de todos os cursos da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FFCS), candidatou o seu projeto para a constituição do Clube de Leitura 'Liberdade', tendo sido um dos 20 projetos das inúmeras instituições de ensino superior do país a ser selecionado pelo Plano Nacional de Leitura 2027. 

Regina Campos, diretora da rede de Bibliotecas Escolares de Braga, Fernando Azevedo, professor da Universidade do Minho e Sofia Afonso, uma das responsáveis pela Livraria 'Centésima Página', foram os convidados de honra que marcaram presença no lançamento do Clube de Leitura 'Liberdade', uma sessão pública que teve lugar na FFCS da UCP- Braga, conduzida por Cândido Oliveira Martins e Luísa Magalhães, docentes da Universidade Católica. 

"Como motivar os jovens para o livro e a leitura como algo que não seja imposto, atendendo ao fato de os estudos mais recentes revelarem um decréscimo acentuado de hábitos de leitura nos estudantes que frequentam o Ensino Superior?"

A pergunta, em jeito de retórica, foi lançada aos palestrantes convidados nesta sessão de lançamento do Clube de Leitura 'Liberdade', no sentido de discutir o que pode e deve ser feito com vista a estimular os jovens, de novo, para a leitura, sendo esta, um dos vetores essenciais para um domínio eficaz e correto da Língua Portuguesa (caso seja esta a língua em que se leia), domínio este considerado pelos docentes e especialistas da área como 'fundamenta' para o desenvolvimento de outras competências, igualmente importantes, como a expressão oral e escrita, a concentração, o discurso estruturado, bem como o domínio gramatical da língua, entre outras competências, como a questão do desenvolvimento do raciocínio crítico daqueles que serão os futuros profissionais de amanhã, seja em que área científica for. 

Estes e outros aspetos foram valorizados por Fernada Azevedo, na sessão de apresentação do Clube de Leitura 'Liberdade'. "A leitura é muito relevante em vários domínios, desde a dimensão afetiva ao desenvolvimento cognitivo, à partilha de saberes e de experiências, para além de nos ajudar a interrogarmos o mundo", assinalou o professor da UMinho. "Ler ajuda, sem dúvida, à minha transformação individual e coletiva/social. Ler implica que consigo tranformar a minha vida. Essa transformação acontece lendo. Trata-se de empoderamento dos sujeitos, desde tenra idade, com vista a que adquiram um poder próprio e indivual, quanto cidadãos livres, de participar e ser membros efeitvos na polis".

O professor da UMinho deixou a 'dica' do livro que está, neste momento, a ler e que o tem empolgado: 'Nexos-História Breve das Tecnologias de Informação'. "Estou a ler a versão espanhola e esta obra tem a ver com a questão da Ineteligência Arifical (IA), que é um tema muito atual e que me interessa muito. Até que ponto pode a IA ser perturbadora e criar dissonâncias no nosso mundo? Será que é tudo benéfico ou não? Quais são os limites? O que é legítumo numa sociedade que usas as tecnologias de inteligências artificial, quando sabemos que, apesar de a leitura ser um ato de liberdade, também sabemos que existem muitos problemas éticos como a questão das fakenews, que nos dão uma visão enviesada do mundo?", apontou. 

"O domínio da leitura é fundamental para desenvolvimento de outras competências"

Regina Campos define a leitura como "a base de sermos pessoas". "Para mim, a leitura é sempre um crescimento, uma aprendizagem que é difenrete da sala de aula ou dos manuais. Nós crescemos enquanto pessoas porque considero que exitse uma espécie de identificação, também, com as personagens de um livro que estejamos a ler e que tem a capacidade de nos faz transformar. É, de fato, uma aprendizagem que nem viajando se chega lá.

O livro permite-me saber mais coisas e posso escolher o que quero ler em total liberdade, pois tenho este poder de decidir. A leitura é, relamente, um poder que temos ao nosso alcance e é muito imporntate que os nossos jocvens tenham bons hábitos de leitura".

Por outro lado, "não acredito que as pessoas não gostem de ler", aponta Regina Campos, indicando que, o que, muitas vezes acontece, em termos de leitura se relaciona com os probelmas que implicam o exercício de leitura, que exige concetração, tempo e algum esforço da parte do leitor- problemas que se resolvem facilmente com a prática e bons hábitos de leitura, seja em que idade for. 

A diretor da Rede de Bibliotecas Escolares de Braga confessou que um dos livros que leu em criança que mais a marcou foi: 'Chocolate à Chuva', de Alice Vieira. Deixou, ainda, mais dois títulos, um que foi cruciakl na sua adolescência- ' Verónica decide Morre', obra de Paulo Coelho e ' A insustentável Leveza do Ser', escrito por Milan Kundera. 

"Ler é liberdade, é algo potenciador e construtor de consciência. Quando tomamos consciência de algi, tranformamos o nosso lado interior e a partir do momento em que adquirimos essa consciência, o meu comportamento a seguir é tranformador, por isso, sem dúvida que a leitura é tranformadora", frisou Sofia Afonso. 

A responsável da Livraria 'Centésima Página' contou, na sessão de lançamento do Clube de leitura 'Liberdade' da UCP- Braga, que o projeto da sua livraria foi "um sonho de criança". Um sonho que, já na fase adulta, demoru cerca de dez anos a concretizar, em termos de trabalho 'rascunho', mas o mote para o arranque do projeto foi o fato de Sofia e a colega que a acompanha na aposta empreendedora partiu da mesma sensação que partilhavam: "não nos revíamos nos projetos de livrarias que existiam na cidade de Braga". Uma aventura empresarial da qual não se arrepende, dado o amos aos livros e à leitura (literatura), que se prepara para celebrar já o 25.º aniversários, neste mês de Novembro. 

"Ler cognitivamente é uma atividade difícil. Mas penso que nada está perdido, nós, enquanto pais, educadores e professores, é que temos a responsabilidade de incentivar os nossos filhos e alunos para a leitura, até que o clique aconteça neles como uma revelação", referiu a responsável da 'Centésima Página'.

"Somos todos portadores de liberdade. Mas a literatura dá-nos a possibilidade de alargar horizontes e adquirir uma atitude crítica no mundo. O certo é que ao telemóvel, a leitura é sempre superficial. Há lago que escapa. No entanto, entendo que nem todas as leituras têm que ser complexas, e, por isso, compete também à escola estimular os nossos jovens para a leitura, primeiro atraindo-os com obras que gostem", frisou, destacando a iniciativa dos alunos da FFCS da Católica-Braga em fomentar o livro e a leitura através da criação de um Clube de Leitura. "Deixa-me muito feliz ver os jovens entusiasmados com a leitura e criarem um clube deste nível é criar também uma comunidade: um espaço de liberdade e de autonomia". 

O site do Clube de Leitura 'Liberdade' da UCP-Braga está disponível em: https://clubeliberdade.wixsite.com/clubeliberdade. Mais informações sobre o projeto em www.clubesdeleituraensinosuperior.com.