[con]centr°ação projeto interdisciplinar de revitalização do centro histórico de Braga

Da colina de Guadalupe emerge o espaço cénico que desenha uma performance que se materializa através de um percurso que personifica a sociedade contemporânea e as suas contradições no contexto do mundo atual. Análoga a rotinas geradoras de movimentos de repetição e esforço, parte de "O mito de Sísifo" representando uma vida construída pela esperança do amanhã, do amanhã que nos motiva, enquanto nos aproxima da morte. A topografia mapeia-se através de uma paisagem coreografada por corpos poéticos que palmilham as altimetrias que convergem para a escada helicoidal da Torre; fruem o deambular quotidiano que percorre repetida e ininterruptamente a incerta teimosia da luta pelo destino que o atrai e condena. Desenham-se paisagens sonoras visuais, incitadoras da descoberta e da experiência. É pela força da palavra e da música que se estrutura o lugar: nasce, num movimento de criação original, um poema sonoro sobre os movimentos físicos e o conjunto de padrões comportamentais na relação com as peculiaridades do tempo/espaço - a matéria e a história.

Na simbiose entre lugar - escala - matéria - som - performance - público, a escala humana surge como medida do lugar, dispositivo cénico, instaurador de narrativas. A linguagem corporal surge como comunicação visual; parte-se de uma coreografia para concretizar o percurso, mas é pelas sinergias geradas pela ação individual de cada elemento do público que se concretiza a ideia; concreto elemento que une percurso e lugar numa dimensão somente possível pela experimentação.