Manuel Braga da Cruz: Prémio Árvore da Vida é “prova de generosidade”

Manuel Braga da Cruz, antigo Reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), foi galardoado com o Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes, referente a 2022, anunciou o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. O prémio será entregue dia 8 de março, pelas 18h00, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

“Recebi a notícia da concessão do Prémio P. Manuel Antunes com surpresa e alguma incredulidade. Não posso deixar de agradecer tamanha prova de generosidade. A decisão de premiar um cientista social representa, por certo, o reconhecimento da dimensão cultural do social, das Ciências Sociais como Ciências do Espírito ou Ciências da Cultura, em cuja investigação a fé tem uma função de iluminação da realidade,” referiu Manuel Braga da Cruz.

O Prémio destaca anualmente, desde 2005, "a excelência de personalidades, percursos e obras que refletem o humanismo e a experiência cristã no mundo contemporâneo", revela aquele Secretariado.

"Com pensamento estruturado desde a inicial formação em Filosofia, Manuel Braga da Cruz conjugou de forma exemplar a liberdade de espírito com a coerência de princípios na carreira universitária como brilhante investigador e professor (desde o Instituto de Ciências Sociais até à Universidade Católica Portuguesa, de que foi Reitor entre 2000 e 2012)", refere a justificação sumária dos jurados.

O júri teve presente "o excelente trabalho de pesquisa e reflexão realizado (...) nas áreas conexas da Sociologia e da Ciência Política, bem como nos estudos de História", em particular "sobre os antecedentes e o devir do Estado Novo e as relações entre Igreja e Estado nesse período".

 A declaração aponta as “altas qualidades” do “marcante trajeto intelectual” e do “testemunho convicto de humanismo cristão” de Manuel António Garcia Braga da Cruz, nascido no ano de 1946 em Tadim, Braga.

Qualidades que estão patentes quer “na constante intervenção no espaço público como conferencista e articulista de referência”, quer nas suas várias obras, como “Raízes do Presente e Retratos Contemporâneos”, “Teorias Sociológicas”, “Instituições Políticas e Processos Sociais”, “Política Comparada”, “Sistemas Eleitorais – o debate científico”, “Transições Históricas e Reformas Políticas em Portugal”, “A Globalização, Portugal e a Europa”, “O Sistema Político Português”, “Os Católicos, a Sociedade e o Estado, “Monárquicos e Republicanos no Estado Novo” e “O Estado Novo e a Igreja Católica”.

O júri, que deliberou por unanimidade a 4 de novembro, foi presidido por D. João Lavrador e constituído por Carlos Magno, Guilherme d’Oliveira Martins, José Carlos Seabra Pereira, P. José Frazão Correia, SJ e Maria Teresa Dias Furtado.